Xenoglossia é o nome que se dá ao fenômeno parapsíquico em que uma pessoa consegue falar em idiomas que nunca aprendeu ou com os quais sequer teve contato. Conhecido internacionalmente por suas pesquisas sobre reencarnação, experiências de quase-morte, aparições ou visões no leito de morte, e relacionamento entre mente e\r\ncérebro, o renomado psiquiatra canadense Ian Stevenson (1918-2007) dedicou-se também ao estudo da xenoglossia, que resultou em um livro publicado em 1984 pela Editora da Universidade de Virgínia, Estados Unidos.\r\nO público brasileiro pode agora conhecer Xenoglossia – Novos estudos científicos, lançamento da Editora Vida \u0026 Consciência, em que o médico registra com rigor científico os casos de Gretchen e Sharada, acompanhados durante\r\nas décadas de 1970 e 1980.\r\nO primeiro caso envolve a família de Carroll Jay, um pastor metodista que usava a hipnose para ajudar\r\namigos e parentes próximos em casos de enfermidade. Ao tentar curar a dor nas costas de sua mulher, Dolores começou a falar em alemão, identificando-se como outra personalidade: “Ich bin Gretchen” (“Eu sou Gretchen”), disse ela. Em 1971, Stevenson mergulha na vida dos Jay, indo para a cidade de Ohio para desvendar o mistério.\r\nO segundo caso se passa na Índia. Com 20 anos, a jovem Uttara Huddar, que morava com os pais na cidade de Nagpur, começa a apresentar muitas doenças. É então enviada a uma clínica para tratamento, onde pratica meditação e ioga. Certo dia, ela passa a agir de forma estranha, caminhando sem rumo e falando em bengali, idioma com o qual nunca havia tido contato. A nova personalidade se apresenta como Sharada e tem aparições que duram alguns dias e, quando desaparece, Uttara não se recorda de nada. O caso é manchete nos jornais da região.\r\nStevenson inicia uma profunda investigação sobre esta personalidade.\r\nAlguns fatores foram investigados pelo autor nos documentos transcritos de fitas gravadas durante\r\nconversas, procurando identificar a desenvoltura e o conhecimento da língua, a gama de tópicos de conversação explorada, cenários relevantes e a descrição que as personalidades Gretchen e Sharada fazem de si mesmas. Os casos analisados por Stevenson, considerados de xenoglossia responsiva, são fortes demonstrações de que a personalidade humana tem vida mesmo depois da morte física, ampliando a compreensão dos estudos acerca de fenômenos da parapsicologia e da reencarnação.