Os arranjos familiares estabelecidos entre homens e mulheres escravizados e livres que viveram na cidade de Crato, região do Cariri, no sul do Ceará, entre os anos de 1850 e 1884, inspiram este livro. O seu horizonte é o do tráfico interprovincial de escravos provocado pela instituição da lei Euzébio de Queiroz, que proibia o tráfico transatlântico de africanos e africanas, e que significou a venda de grande parte dos cativos das chamadas províncias do norte para trabalhar nas lavouras cafeeiras sobretudo de São Paulo e Rio de Janeiro. Contexto que se constituiu em tensões e incertezas para as famílias escravas existentes no Cariri cearense, posto que contribuiu para a desarticulação de muitos desses núcleos. O intuito principal deste estudo reside no estudo do estabelecimento de grande número de arranjos familiares, os mais diversos (nucleares, matrifocais e monoparentais), entre os cativos, mas também entre eles e homens e mulheres livres e pobres no cariri cearense em escravarias pe