A proposta pretende ser uma alternativa às abordagens esquemáticas que predominam na historiografia sobre a primeira fase da República Brasileira, assumindo um caráter claramente revisionista. Não há na História do Brasil nada mais velho que a “República Velha”. É mais velha que a monarquia e mais arcaica que a colônia. Por ser um período de transição entre um regime monárquico e uma república de massas, acabou por ser tratada como uma antessala, um período intermediário entre o antigo e o moderno, entre o rural e o urbano, entre o agrário e o industrial, entre o escravista e o assalariado, entre o oligárquico e o democrático, enfim, entre o antigo e o novo. Ao buscarmos compreender a complexidade do período, afastando-nos de anacronismos, ele se apresenta pleno de ambiguidades e contradições, de conflitos e conciliações e eivado de especificidades interessantes. Propõe-se, igualmente, articular duas das visões: aquela que vê o federalismo a partir do predomínio da lógica de interesses