Entre tantas outras coisas, espera-se de um historiador que seja capaz de pensar os problemas do presente com os instrumentos de seu ofício. Entre tantas outras coisas, espera-se de um trabalhador de museu que perceba que falar de museu é falar de poder. Pensar sobre isso, problematizar as escolhas, evidenciar os desenvolvimentos que levam um museu a consagrar pelo tempo que for tal ou qual narrativa é um imperativo para quem trabalha em museu.O que Noris Leal faz neste livro é articular estes dois elementos da sua formação a história e o museu de um modo que, certamente, ressoará por muito tempo na trajetória do Museu do Doce da UFPel e que evidencia a intencionalidade e o trabalho mobilizados para a instalação do Museu do Doce na Casa do Conselheiro.Além disso, a autora mostra e o faz com a qualidade de saber falar, no mesmo tom, aos doutos e aos estudantes, nas palavras de Marc Bloch como, neste processo, foram articulados patrimônio material e imaterial da cidade. O primeir