“Vai acontecer o amor de duas baratas”, diz G.H. As vozes reunidas neste livro também estão procurando, estão tentando entender. Depois de tantos desmoronamentos - íntimos e históricos, solitários e coletivos-, restam mãos estendidas para os escombros e ouvidos à escuta da sobreposição de encontros: entre um livro e um filme, entre a palavra e a imagem, entre uma escritora e um cineasta, entre um diretor e uma atriz, entre uma narradora e uma intérprete. O amor pelo que vive transfigura o romance A Paixão Segundo G.H., de Clarice Lispector, no filme A Paixão Segundo G.H., de Luiz Fernando Carvalho. “Almejo que a literatura seja ainda mais literatura e que o cinema seja ainda mais cinema e que o encontro dessas duas alteridades gere uma terceira coisa”, diz o cineasta. Perdendo a “terceira perna” para deixar nascer a “terceira coisa”, este livro, O Cinema em A Paixão Segundo G.H., também ele, porta as marcas de uma travessia, de 1964 aos dias atuais, de suas dores e suas alegrias, par