“Isso de matar, Carolina não entendia. Entendia de se entregar. Se a gente gosta, não se entregar por quê? E enquanto olhava o tempo mormacento e as poças d’água
evaporando no calor da manhã, pensava em Benvindo. Ele viria quando o sol se deitasse na lonjura do horizonte e antes da lua escorregar para fora dos morros. Benvindo chegaria com a escuridão e se amariam rolando na areia da praia sem que luar nenhum pudesse denunciá-los. O quartinho nos fundos da igreja ficaria pronto e não seria preciso mais rolação na areia, ela gemendo o quanto podia e ele dizendo coisas safadas que ela gostava de ouvir, como aquilo de que seus peitos eram grandes como a ilha do Monte do Trigo.” Uma praia e personagens que ali vivem acompanhados por quatro décadas. O lugar muda, os personagens, também. Só não muda o amor alucinado de Venâncio por Veridiana, ela escultora famosa que tem ali casa de veraneio, ele um moleque que lhe vendia pitus e um dia vira seu caseiro,
motorista, jardineiro, provedor d